Existe um relacionamento que você provavelmente vive há anos, mesmo sem perceber. Não começa com match no tinder, não tem data comemorativa e balões metalizados em coração, nem posts no instagram ao som de John Legend, Ed Sheeran ou James Arthur. Mas… Esse relacionamento tem definido todas as suas escolhas, desde quem você ama até as roupas que decide usar para sair.
É o relacionamento mais tóxico, intenso e silencioso que você mantém com a insegurança.
Sim, ela mesma!
Sabe aquela voz que diz “Não sou suficiente”, “ele não gosta de mim”, “vou ficar ridícula com essa roupa”, “melhor aceitar isso aqui porque eu não mereço e não consigo algo melhor”
Sabe o que é mais perigoso dessa voz? Você pensa que ela é você, e não é.
A insegurança é aquele ex que aparece sempre que você está muito feliz, que não suporta te ver crescendo, te ver seguindo bem com a vida, sendo mais exigente, escolhendo melhor, não aceitando pouco.
A insegurança quer que você esteja sempre na zona que ela rege, mesmo que esse espaço não seja confortável, nem amplo, muito menos alegre.
Já ouvimos em vários momentos pessoas falando sobre dependência em relacionamentos, e neste caso, você acaba desenvolvendo dependência na sua insegurança. É nela que você desabafa, se consulta e acredita fielmente.
É como viver com um parceiro controlador mental, que te convenceu de que o mundo lá fora é perigoso demais para você ir sozinha.
E sabe o pior? É que você acredita… Você começa a acreditar que não merece algo melhor, acredita que não deve tentar conquistar outras coisas que te fariam mais feliz, acredita que não é capaz de conquistar o que é melhor, e passa a aceitar tudo o que a vida entrega, sem filtros, sem um mínimo de comando de autocuidado, e o perigo mora nisso.
A insegurança vai te fazer perder a autonomia da sua vida e dar espaço para aprovação, vai te fazer trocar o desejo por medo, identidade por adaptação.
E quando vê…
Pode estar em um namoro ruim, um casamento infeliz, deixando de lado tudo o que sentia desde o início, quando pensava que talvez ali não era o seu lugar.
Às vezes mesmo que sozinha, estará anulando tudo o que sente por alguém que nem existe e que só está afetando diretamente sua vida com uma voz na cabeça.
Se você acredita que a insegurança te levou á lugares que você “sóbria e pé no chão” jamais iria, talvez este seja o momento para entender que tem uma visão distorcida sobre quem você é, uma imagem criada através de comentários maldosos, comparações e até histórias inventadas ou que não eram suas.
OK! É exaustivo, é cansativo, repetitivo, e até auto destrutivo. Mas existe um jeito de sair disso, e não envolve o milagre de “virar uma pessoa 100% segura”, porque isso definitivamente não existe.
VAMOS LÁ?
O que você precisa é se separar dessa insegurança, tal qual um relacionamento abusivo. Comece a se perguntar “Isso é meu, ou é dela?” A melhor forma de começar a mudar algo é se questionando, e é nesse momento que ela passa a perder o poder da sua vida.
Faça pequenas escolhas corajosas que antes você não faria;
Toda vez que você mostra não ter medo, a insegurança vai se moldando e entende que ela não manda mais em você, agora é você que tem poder sobre suas escolhas.
No final, você não precisa fugir de quem é, só precisa fugir daquilo que te convenceu de que você não era boa o suficiente. E a partir daí, pode começar a construir relacionamentos reais, saudáveis e felizes, inclusive consigo mesma.
LISTA DE COISAS QUE ME TIROU DA RELAÇÃO TÓXICA COM A INSEGURANÇA:
- Faça uma lista de tudo o que você já conquistou; lembra aquele celular legal que comprou em 2016? Também é uma conquista. Falar sobre conquista, não é sobre valores exorbitantes ou coisas extremamente grandes, é sobre algo que a sua criança interior acharia massa demais se visse você conquistando.
Corte pela metade o tempo em redes sociais; as redes sociais vieram também para alimentar nossa insegurança por meio da comparação, às vezes mesmo que de forma inconsciente.
Vista algo que te faça sentir poderosa, segura, e bonita; não importa que seja o casaco de oncinha para ir à padaria, se desligue completamente dos julgamentos do mundo externo e vá.
Aprenda a fazer coisas sozinha; ir ao cinema, um teatro, fazer uma viagem, ir em um show que você gosta, tomar um matcha ou um café superfaturado com aquele look guardado que você não sabia onde iria usar.
Anote todas as suas inseguranças como frases ditas e faça o seguinte exercício; O que você faria se uma amiga te dissesse que se sente dessa forma? Qual seria sua forma de confortá-la? Qual seria sua real posição sobre a insegurança de alguém que você gosta? Anote tudo em um papel e reflita.
Se afaste aos poucos ou um pouco de quem faz você se sentir menor; não é necessário romper (caso seja inviável), apenas criar um determinado espaço.
Faça algo que você estava jogando para a frente há meses, anos; a procrastinação é best friend da insegurança, uma aliada à outra. Provar que você consegue eliminar ela, vai te trazer um respiro diferente para a vida.
Cria um ritual de autocuidado; seja uma skin care, uma meditação, um exercício, uma hidratação no cabelo ou uma nova cor de unha.
PARE DE SE JUSTIFICAR; fazer as coisas sem pedir permissão e sem se justificar é libertador.
Entre no mundo real; leia livros, faça um carbonara, beba um vinho, escute uma música que te faz bem.
Escreva 3 coisas que ama em você; mesmo que pareça bobo, deixe isso anotado na primeira folha de um caderno ou agenda que sempre olha.
Fique perto de pessoas que enaltece suas qualidades, que te fazem elogios e que enxerga como você realmente é; quando a nossa voz (boa) interior não consegue mais captar as coisas, é importante ter ao redor pessoas para confirmar tudo de bom que você representa.
- Aprenda a falar “não”; insegurança adora pessoas com dificuldade de impor limites, você comanda sua vida, escolher pelo conforto do outro para que haja desconforto próprio é colocar o outro acima de você, e isso é errado em 99% das situações.
