Durante os últimos anos, a moda viveu uma espécie de silêncio e contemplação ao minimalismo.
Depois do barulho do maximalismo dos anos 2010 e da saturação do excesso na estética das redes sociais, o mundo procurou por buscar refúgio em mar calmo e neutro.
As cashmeres, tons de bege, alfaiataria limpa e um ar de "Sou rica, e não uso logo aparecendo"
E assim nasceu o "Quiet Luxury", um luxo sem barulho, que não grita, apenas sussurra.

Mas como toda calmaria, essa também chegou ao fim, e o sussurro parece dar espaço aos berros de excesso de personalidade da vez.
O "Quiet Luxury" foi se tornando um uniforme, cansativo e exaustivo. De tão contido e comum, perdeu o encanto. Quando um efeito manada é criado em cima de como nos mostramos pro mundo, a tendência é que o efeito contrário comece a surgir como tentativa de mostrar diferencial e revolução.
Resumindo: O bege cansou, coitado!
Nas ruas, nas telas e nas passarelas, surgem novos códigos, e totalmente opostos: cores vibrantes, texturas inesperadas, misturas de referências e MUITA personalidade.
A alfaiataria vem acompanhada de ousadia, tênis, acessórios desproporcionais, e um toque surreal de desobediência. O luxo agora flerta com o lúdico, o caótico e imperfeito.
É o retorno da espressão como status. O desejo fugiu do parecer rico, e sim parecer livre.
O "Quiet luxury" não desaparece, mas no momento, perdeu seu papel de protagonista.
O futuro da moda parece se mover para algo mais honesto.
Nem barulhento, nem silencioso demais.
Um meio termo onde as roupas voltam a dizer o que sentimos, o que somos, e o que queremos transparecer em essência, de dentro para fora.
Sai de rota o que queremos provar, e entra o que realmente importa; o que somos.

